domingo, fevereiro 27, 2011

Arrumando a bagunça

Quando alguma coisa não vai bem e temos que decidir por onde começar a arrumar a bagunça, sabemos exatamente o que precisa ser tirado do centro e posto pra fora. No fundo, nós sempre sabemos. Não adianta adiar, olhar pra outro canto esperando encontrar outra solução. Não vai funcionar. A coisa vai continuar ali, atrapalhando o funcionamento de todo o resto. Atrasando. Machucando. Temos tanto medo de nos livrar de algo que nos machuca, que preferimos ficar com a dor acomodada. Não sabemos lidar com a dor do desapego. Até se livrar de uma dor, trás dor. Porque estamos apegados em sofrer por aquilo, não conseguimos imaginar como seria não ter mais aquilo pra sofrer. Mas uma hora ou outra, temos que nos livrar. E é impressionante como parece bobo depois de um tempo. Se mecha, não fique aí parado acostumado com a dor. Não fique aí batendo palmas pro seu sofrimento achando que ele é uma parte de você. Porque ele não é.

terça-feira, fevereiro 22, 2011

> Caio Fernando Abreu, autor

Andei também ruim do coração, meu ritmo cardíaco estava a mais de 200 pulsações por minuto. (...) Ando deprimido, agressivo, cansado — perdi uns cinco quilos: pareço um fantasma. (...) Se você soubesse como ando escuro, como ando perdido, como me distanciei de mim e das coisas em que acreditava. (...) Finjo o tempo todo, rio, sou alegre, dispersivo, com aquele brilho superficial e ridículo. E em cada fim de noite me sinto um lixo. Há tempos estou vivendo uma estória-deamor-impossível que rebenta a saúde: sei que não dá pé de jeito nenhum e não consigo me libertar, esquecer — estou completamente fixado nessa pessoa, vivo todas as horas do dia em função de encontrá-la, à noite. E insuportável. Sei que estou me autodestruindo. (...) Existe uma sede de amor impressionante. Estou sendo muito honesto ao te contar essas coisas, poderia facilmente escondê-las: sei que me arrisco a te chocar, te ferir, te agredir. Mas eu nunca quis ser gostado por aquilo que não sou ou aparento ser. (...) Sinto que cada vez mais tudo se fecha. Também não adianta pedir ajuda a ninguém, ninguém pode dar. Talvez isso passe, não sei quando, talvez seja só uma fase, das mais dificeis que atravessei, mas até passar estarei me desgastando, me consumindo. Tenho chegado a extremos que não me julgava capaz. E como isso dói. (...) Estou muito confuso, muito distraído. Pressinto muito próximo o fim de alguma coisa que não sei especificar qual seja. Mas não se preocupe muito comigo, não vale a pena. Acho que sou bastante forte para sair de todas as situações em que entrei, embora tenha sido suficientemente fraco para entrar. Não faço planos, não sei o que vai acontecer amanhã.

domingo, fevereiro 20, 2011

Quem você era?

Esses dias, numa conversa qualquer com um amigo, entre uma risada e outra ele me olhou bem sério e perguntou: Quem você era? Me pegou despevinida. Como quem eu era? Eu era eu, oras. Não, você não era o que é você. Essa que está na minha frente nasceu depois. Quem você era? Ah... Era ingênua e acreditava em todo mundo. Gostava de correr na chuva e não me importava se estavam olhando. Subia em árvores e depois morria de medo de descer. Chorava quando dava vontade e ria na mesma intensidade, não precisava de motivos e nem de lugar, só precisava ter vontade. Corria pros braços da minha mãe quando sentia medo, e não tinha vergonha. Quando descobria que estava gostando de algum garoto, corria contar pra ele, e não me importava com o que ele poderia pensar ou dizer. Cantava bem alto mesmo sabendo que minha voz é horrível. Dançava igual louca mesmo sabendo que sou péssima dançarina... Meu amigo não sabe, mas me deixou com um vazio enorme depois que respondi. Eu vivia! Por isso era tudo tão simples. Não era por eu ser criança que tudo era fácil. Tudo era fácil porque eu era fácil. Depois de um tempo vamos nos fechando. A coisa parece que anda pra trás, começa a desacontecer. Parece que esquecemos em um canto qualquer aquela pessoa mais sábia que existia dentro d enós e nos tornamos isso. Robôs. Somos programado pra fazer joguinhos. Pra agir conforme o que esperam de nós. Não falamos um "Eu te amo" quando sentimos vontade. Não corremos pro colo da mãe quando sentimos medo. Não cantamos bem alto porque as pessoas vão olhar. Não corremos na chuva porque, afinal, não somos criança. Essa conversa me devolveu à mim. Me devolveu à aquela garotinha que não tinha medo, nem dúvidas. Esse negócio de agir com a razão não está com nada, francamente. Viva o momento. Abrace quando sentir vontade. Grite quando sentir que não cabe mais em você. Fique, quando perceber que qualquer lugar melhor que aquele, ainda não chega aos pés. Não espere ter razões pra ficar, pra amar, pra abraçar. Não espere porque talvez essas razões nunca apareçam. Não espere. Mesmo que depois pareça errado, mesmo que a pessoa que não sinta o mesmo. Mas o que você sente, isso sim importa. Pode não importar pros outros, mas é o que importa - deveria - pra você.

sexta-feira, fevereiro 18, 2011

O fato de você ir embora

Não sei o que foi. Talvez seu sorriso que me fazia esquecer todos os rastros. Pode ter sido o seu abraço, que me fazia achar que nada no mundo valia mais que aqueles segundos em que eu era sua. Quem sabe não foi o seu jeito de não dar a mínima pra mim mas morrer de ciúmes e me encher de perguntas. Sua mania de me criticar em tudo e terminar dizendo "você é chata mesmo. mas é linda também e eu gosto de você.."
Você segurou minha mão e me fez ter certeza de que sempre estaria ali. Não sei porque tive essa certeza, afinal, eram só alguns dias. Mas eu tive. E aí você foi embora. Você simplesmente foi embora. Acho que foi isso. Você ir embora! Acho que foi isso, no fundo, que me fez te amar cada dia mais apesar de toda a raiva que trouxe. Raiva que nunca conseguiu viver por mais de alguns minutos. Raiva essa que eu tento ter, mas que quando chega só olha pra mim com uma boa gargalhada e pergunta "você acha mesmo que vai conseguir? acha? que estúpida.."

E desde que você se foi eu fico triste, eu fico muito triste. Mas também não sei se é isso. Machuca tanto que eu não sei se é tristeza. É mais cara de vazio. Tristeza ocupa lugar e todos os meus lugares estão vazios. Não tem mais nada. A vontade de chorar vem junto com um desespero sem lágrimas. E eu me pergunto que raios eu to fazendo que não te tiro logo de mim. Mas aí eu me lembro que não tem como tirar, porque eu nem sei em que canto você está. E eu tenho vontade de me jogar num canto e ficar lá, até eu me esquecer o motivo que me fez ir pra lá. Porque pior que sofrer por alguém que foi embora, é sofrer por alguém que foi embora e não sofre a mínima com isso.

quarta-feira, fevereiro 16, 2011

"Posso até sair de bar em bar, falar besteira e me enganar. Com qualquer um deitar a noite inteira: eu vou te amar." Chico Buarque

Eu não espero mais pela sua volta e sinceramente já não sei se quero. Sinto saudades, não nego. Me faz falta o seu abraço e te dar colo. Suas crises, seus ciúmes nunca assumidos. Você se foi mas continua a fazer parte de mim, dos meus dias. Eu nunca deixo de pensar em você e se você está bem. Você continua comigo mesmo depois de ter se esquecido de que um dia esteve aqui. Você está comigo quando eu acordo e me lembro do dia em que acordei nos seus braços. Você está comigo quando eu tomo banho e me lembro do dia em que você gritou "Pode vir, eu já tomei..". Você está comigo quando eu vou comer alguma coisa e me lembro de você dizendo "Alá, não come nada.. Aposto que não vai terminar.". Você está comigo quando eu me machuco e lembro de você rindo porque me achava atrapalhada demais. Você está comigo quando eu tento abrir um pote de doce de leite e não consigo, e penso que você estivesse aqui, você abriria, olharia pra mim com aquela risadinha e me chamaria de fraquinha. Você está comigo em cada momento, mesmo depois de ter ido embora e se entregado aos braços de outra. Eu sinto falta de cada pedaço seu, de cada palavra, de cada briga. E por mais que eu não te queira de volta, eu te espero todos os dias.

sábado, fevereiro 12, 2011

(...) Na lembrança, o teu perfume certo. Sempre vem com o vento. Na memória já enlouquecida, apenas um sorriso que você deixou. Mas por que apareceu na minha vida? Se eu estava em paz quando você chegou. Sentimentos que vou guardando só pra mim... Enquanto isso espero você voltar. - Pensamentos - Jeito Moleque

sexta-feira, fevereiro 11, 2011

Anos sofrendo por cada fim. Chorando por cada pedacinho do meu coração que tinha sido esmagado por um cara que jurou cuidar dele. Perdendo meus preciosos quilos porque eu não sabia o que tanto fazia de errado. Deixando amigos porque ficar em casa chorando e fuçando a vida dele inteira me parecia mais vantajoso. Perdendo possibilidades porque a única chance de ser feliz era ele, e ele não me queria, então eu também não me queria. Eu quero tudo que ele quer, e não faço parte disso. Então, me jogo no canto. Tanto tempo me deixando pra depois porque queria o amor de cada canalha que não soube valorizar, pra descobrir que tudo daria certo quando eu finalmente parasse de me deixar de canto. Não tem complicação nenhuma não. Nem formulas mágicas. Eu só precisei me amar. Me cuidar. Me querer. E pronto.. Quando a gente passa a se amar o sofrimento é muito menor. Acredite! Quando você passa a se gostar, não é qualquer babaca que te decepciona que vai conseguir quebrar seu coração. Você vai se decepcionar, disso não tenho dúvidas. Mas você vai conseguir enxergar que o problema é todo dele. Quem está perdendo uma mulher linda, inteligente, bacana.. é ele! No começo foi difícil me amar, confesso. Eu amava tanto o sorriso dele, o ombro dele, os braços dele, a vida dele. A minha, eu, perto disso tudo, era coisa pouca. Mas o espanto é grande quando a gente passa a ver como realmente é: ele é só um cara. Sorriso lindo, ombro largo, braços fortes e vida boa.. Isso qualquer cara por aí tem. Mas uma coisa ele não tem, e isso, é o que mais me dá pena agora: Eu! Aquela mulher que largava tudo por ele, linda, fiél e que ria de qualquer piada boba. Ah, meu bem, isso ele não tem nunca mais.

terça-feira, fevereiro 08, 2011

Aprendi com você que não se deve desistir do amor. Você me ensinou que quando amamos, não importa se a pessoa nos ama ou não. Se a pessoa nos quer por perto ou não. Nós apenas devemos amar e estar por perto. Você me amou incondicionalmente e esteve por perto mesmo quando eu te dizia que não iria valer a pena. Você estendeu a mão cada vez que eu cai. Me aconselhou quando eu estava chorando por outra pessoa, e mesmo com o coração pequenininho, me disse que tudo daria certo. Foi você! Você me ensinou que amor não deve esperar ser amado, compreendido e querido. Amor só se deve amar. Enquanto o amor existir. Enquanto o amor aguentar. Então, meu amor, não peça pra desistir de você quando você me ensinou que isso, isso não se faz.