Verônica era imponente. Calada. Misteriosa e incrivelmente linda. Fria. O tipo de mulher que você imagina que nunca vai se apaixonar. Passaram-se dias, meses e eu nunca soube nada a seu respeito. A menos de Mário. Soube do Mário pela tatuagem em seu braço, em letras miúdas, quase inelegível. Não me arrisquei a perguntar quem era, eu a amava de todo coração e não queria vê-la ir embora como sempre fez. Não tínhamos nada. Era amor fraternal, não de carne. Verônica era imponente e deixava claro sua individualidade, mas eu sentia profunda necessidade de protege-la. Eu nunca soube porque a amava tanto. Talvez por pena. Eu nunca tinha visto olhos tão tristes e não havia exatamente tristeza em seu olhar, era mais uma espera cansada. Ela esperava muito e fortemente por alguém que ela sabia que não viria mais. Fui seu amigo por exatos dez anos. Verônica morreu aos 27. E foi quando eu vim a saber de Mário. Pra minha surpresa, Verônica tinha vivido um grande amor e uma profunda tristeza. Depois de sua morte vim a saber que no dia em que nos conhecemos, Verônica tinha acabo de perder seu único amor. Mário havia partido, deixando pra trás uma pessoa vazia e levrando consigo a Verônica que eu nunca conheci, mas que existiu um dia, só pra ele.
Só vim a conhecer minha Verônica depois de sua morte, quando antes de partir me entregou uma carta. Onde dizia as seguintes palavras: "Não se preocupe, meu amigo. Eu fui muito feliz um dia, vivi aquele amor que você tanto me falava pra viver, não sei se algum dia ele vai voltar, caso volte, peço-lhe que lhe diga que eu o esperei até o último segundo."
sábado, agosto 28, 2010
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